Como surgiu a eletrificação do transporte no Brasil

Como surgiu a eletrificação do transporte no Brasil

"Não posso ficar, Nem mais um minuto com você!

Sinto muito, amor.....Mas não pode ser!

Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas,

Só amanhã de manhã"

 

O famoso “Trem das Onze”, eternizado pelo mestre Adoniram Barbosa com a canção do mesmo nome, fazia parte da “Estrada de Ferro Cantareira” (Tramway da Cantareira), uma ferrovia urbana de trens de carga e passageiros, que operou no município de São Paulo, entre o bairro do Pari e a Cantareira (pouco além do atual bairro do Tremembé), além de um ramal que seguia até o município de Guarulhos (nesse ramal ficava a estação Jaçanã). Iniciou suas operações no fim do século XIX e permaneceu ativa até 1965, quando foi suprimida pelo transporte rodoviário. Hoje, parte do trajeto é executado pela linha 1-Azul do Metrô de São Paulo.

 

O transporte ferroviário, de cargas e passageiros, foi fundamental para o desenvolvimento de diversas regiões em nosso país e no mundo.

 

O Transporte iniciado pelas locomotivas a vapor ganhou um grande impulso quando em 1879, Werner Von Siemens apresentou em Berlim a primeira locomotiva elétrica. A eletrificação desse modal cresceu exponencialmente, pois, as locomotivas elétricas além de serem mais potentes que as locomotivas a vapor, podiam inverter o sentido de tração, para frente e para trás, e também evitar a poluição causada pela fumaça das fornalhas. Era a eletricidade provando ser uma “energia limpa”.

 

Além de ser duas vezes mais eficiente no consumo de energia, do que o convencional sistema de combustão interna, o sistema elétrico também é muito menos poluente.

 

Uma locomotiva elétrica podia substituir, com vantagens, 3 a 4 locomotivas a vapor e essas máquinas tinham condição de circular sob diversas tensões elétricas evitando assim a substituição de equipamento e a espera que essa operação resultaria.

 

As vantagens da tração elétrica ficam evidentes ao se fazer uma análise termodinâmica simples: cerca de 90 a 95% da energia total suprida a um motor elétrico são convertidas em energia útil, ou seja, tração numa locomotiva. Com as máquinas a vapor ocorre exatamente o contrário: sua relativa complexidade - uma fornalha que aquece água, que gera vapor, que empurra um êmbolo cujo movimento é transmitido às rodas motrizes através de um complexo mecanismo de manivelas - faz com que apenas 10% da energia da queima do carvão ou lenha efetivamente se transforme em força motriz.

 

No Brasil a eletrificação ferroviária teve início em 1908, quando a Estrada de Ferro Corcovado (RJ) adotou a eletrificação em sua única linha.

 

Em 1922, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro inaugurou o trecho eletrificado entre as cidades de Campinas e Jundiaí, utilizando locomotivas elétricas fabricadas pela GE – General Electric nos EUA.

 

A forma de alimentação elétrica se da através de um fio condutor energizado, conhecido como “fio trolley”, que acompanha todo o itinerário da composição. Nele toca um equipamento que conduz a energia ao veículo, conhecido como “pantógrafo”. Todo esse sistema de distribuição e alimentação elétrica aérea recebe o nome de “catenária”.

 

A COBRESUL produz o fio trolley que é aplicado em sistemas de rede elétrica para alimentação de trens ferroviários, metroviários, trolleybus, pontes rolantes e pátios de manobras.


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